A estreia de Três Graças exibiu a descoberta de um cômodo que Arminda mantém fechado em sua mansão. Ao notar a porta entreaberta, Gerluce viu a escultura ‘As Três Graças’, com 1,80 m de altura, e percebeu que a peça guarda uma quantia significativa em seu interior. A sequência abre uma frente narrativa que envolve segredos da família, a origem da obra e o passado do marido de Arminda, Rogério. Em capítulos seguintes, a patroa percebe que deixou o quarto destrancado e demonstra preocupação ao inspecionar o local, mesmo sem notar alterações aparentes.
A cuidadora recebe explicações de Josefa, mãe de Arminda, que decide compartilhar parte do histórico da escultura e do genro. Em relato, Josefa afirma: “Chama-se 3 Graças e tem mais de 200 anos. Rogério, o falecido marido de Arminda, é que trouxe da Itália. Feita por um grande artista de lá! Ele sempre disse que ela valia muito. Ficava num lugar de honra lá na sala”. Sobre Rogério, acrescenta: “Uma tristeza, a lancha explodiu ou… sei lá. O corpo dele nunca foi encontrado. Depois disso a Arminda mudou muito. Sabe, quando recebeu a notícia. Ela não derramou nem uma lágrima. Acho que foi o trauma”. A personagem ainda descreve a mudança no destino da peça e a versão atual defendida por Arminda.
Significado e produção da estátua
As Três Graças na novela. Segundo a produção, a obra cenográfica foi criada nos Estúdios Globo em resina com pó de mármore. A estética da abertura parte de um bloco rígido que se rompe por ação da natureza, abrindo frestas por onde surgem cores, luzes e movimentos até a forma das Três Graças se revelar. Ao longo da vinheta, a estátua inicialmente estática ganha movimento, numa representação do “despertar” das figuras mitológicas. Na dramaturgia, a presença da escultura funciona como eixo de memórias, segredos e disputas materiais, articulando a trajetória de Arminda e a curiosidade de quem circula pela casa.
No enredo, a decisão de enclausurar a escultura em um quarto reforça a tentativa de Arminda de minimizar seu valor público e simbólico, enquanto mantém sob controle o conteúdo guardado dentro da peça. Josefa relata que a filha mudou a posição da obra depois das notícias sobre Rogério e passou a tratá-la como cópia sem importância: “Tempos depois, mandou trancar a escultura lá no quarto. E agora diz que ela não tem valor nenhum, não passa de uma cópia, mas o que o Rogério dizia era outra coisa”. O contraste entre o que o marido defendia e a narrativa atual de Arminda sustenta a dúvida sobre a procedência, o preço e o papel da estátua na residência.
Bastidores e próximos passos em Três Graças
A trama situa a descoberta de Gerluce logo após a estreia da novela das nove, com a promessa de explorar as consequências de a porta ter ficado aberta e de a peça esconder dinheiro. A combinação de um artefato antigo, a ausência de confirmação sobre o paradeiro de Rogério e o controle que Arminda tenta exercer sobre a obra pavimentam desdobramentos envolvendo a família e funcionários da casa. Nos capítulos seguintes, a atenção se volta para como ela administra o segredo do quarto, enquanto a origem, o valor e o conteúdo de ‘As Três Graças’ seguem como elementos centrais da narrativa.