Vale Tudo chega ao fim, mas não da maneira que o público da Globo esperava

Remake de Vale Tudo deixou a desejar e não parece ter agradado o público, mas encheu os cofres da Globo.

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O remake de Vale Tudo chega ao último capítulo nesta sexta-feira (17) dividindo opiniões. De um lado, garantiu boa audiência e lucro para a Globo. Do outro, expôs fragilidades criativas ao revisitar um dos maiores clássicos da teledramaturgia. A produção de Manuela Dias acabou distante do impacto da versão original, exibida em 1988, e decepcionou parte do público que esperava uma homenagem fiel à obra.

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Falta de identidade e personagens desperdiçados

A ausência da pergunta central — se vale a pena ser honesto no Brasil — marcou negativamente a adaptação. Raquel (Taís Araújo) perdeu força e deixou de ser a grande rival de Odete Roitman (Debora Bloch), reduzindo o peso dramático da protagonista. Cecília (Maeve Jinkings) foi mantida, mas ficou sem desenvolvimento. Personagens como Bartolomeu (Luís Melo), Eugênio (Luís Salém) e Fernanda (Ramille) também foram ignorados, revelando falhas na condução do enredo.

Tramas rasas e desfecho frustrante

Vários conflitos surgiram e desapareceram sem aprofundamento, como o burnout de Renato (João Vicente de Castro), a crise da Tomorrow e a assexualidade de Poliana (Matheus Nachtergaele). A doença de Afonso (Humberto Carrão) teve pouca função dramática, e a diabetes de Solange (Alice Wegmann) serviu apenas para merchan.

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Após a morte de Odete Roitman, a reta final mergulhou em uma investigação fraca, deixando clara a falta de fôlego. A novela termina com média de 23 pontos, a terceira pior do horário das nove.

No fim, o remake de Vale Tudo pareceu mais um produto comercial do que uma homenagem real, entregando um folhetim de audiência razoável, mas impacto artístico limitado. 

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